sexta-feira, julho 02, 2010


O Amanhecer do Paraíso

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Quero um pouco dessa goiaba,
Provar do mar, beber o sumo da laranja,
Viver no céu, descartar a terra e o capim,
Ter asas de um pássaro, e sobrevoar o jardim,
O tempo nos enfeita com nosso corpo,
As cicatrizes do passado brinca em nossa infância,
Iremos na esperança do Jardim do Paraíso,
E não querei saber nada, nada que ninguém saiba ao certo,
Só, na beira do rio, que deixei de ser ninguém?
Ninguém me viu sonhar? Ninguém!?


O gato mia querendo água,
Sedento, farto da vida que os engoliu,
E não deve digestão, o vomitou e jogou fora,
Algo fez mal?
Nem as rosas não são mais rosas, nem as flores se pode cheira-las?
O que irá ser das flores disfarçadas de rosas?


Quero um pouco desse vento que não venta,
Viajar com as nuvens, trazer as sementes,
Fazer pequenas ondas no mar,
Quebrar telhados, furar o espaço se for possível,
Armar a terra, juntar o vento,
Vamos defender o que ainda é puro, e deixar o resto se danar?
Assoprar a escuridão dos fracos,
E deixar os fortes se perderem no labirinto?
Ajuntaremos uma folha de papel e venceremos a batalha.
Mudaremos de endereço, viajaremos de carroça,
Acharemos o Paraíso do Mundo,
Que na verdade é o silencio da guerra.


A linha do passado nunca muda,
Já não penso em degustar as palavras estranhas,
Pois minha faminta mente quer come-las,
Para começar um novo poema, e terminar o outro que não consegui no passado,
Fugirei daqui, daqui fugirei, fugirei,
Fugiremos das palavras? Fugiremos para não ouvi-las?


Quero um pouco dessa doideira,
Sair pulando de um muro alto,
Correr de mim mesma, sem rumo na estrada,
Cair do céu, cair desta árvore apodrecida,
Provocar as abelhas, cavar um buraco para se esconder,
Ser um super herói para salvar o mundo do mal,
Ser comido pelos dinossauros grandes,
Voar sem ter asas, só bastará cair de um penhasco,
Tentar quebrar a cabeça com o quebra cabeça,
E por ultimo gritar na rua enrolando as palavras.


A lua é cheia do brilho de uma estrela,
Lavada com as nuvens umidas num manto branco,
Que ao escurecer navega pelo o céu exuberante,
Desce a estrada do caminho de um riacho,
Adormecida ao dia claro acordada sem brilho.
Morre e renasce, nova e crescente, cheia e luminosa e morrer outra vez,
Deixando o céu belo com todo o sol banhado refletindo o brilho na lua,
Irei ate a lua crescente, lhe dizer que cresço como o todo, ate morrer e renascer dinovo.


Quero um pouco dessa fumaça,
Aspirar o ar que você respira,
Olhar o céu ver tudo, preto e amarelo?
Se sufocar com tudo que existe neste buraco,
Queimar a carne, marcar a ferida, cravar seu nome na árvore,
Festejar a derrota do inocente, virar bicho para comer-lo,
Pular a cerca sair correndo do medo,
Limpar a bagunça e começar dinovo.


A roda girou a noite chega a margem já não é a mesma,
Olho para a janela o vento me desse um ar fresco,
As estrelas surgem tão distantes, refletida na água de um espelho,
Colocadas no universo por um instante da noite escurecida,
Celeste que cai no céu em um risco entre as nuvens


Quero um pouco dessa música,
Inventar sons, fazer um barulhão,
Aumentar o volume, arrebentar as paredes das casas,
Entrar na dança e fazer diferentes passos,
Ficar surdo, correr feito loucos na rua,
Não ligar com nada, deixar nos divertindo e danar-se o futuro?
Ignoraremos tudo, tudo que disserem e dirão,
Ouviremos musicas para nos salvar de você.


O sol já não caminha mais,
Apodrece as plantas? apodrece os animais?
Só seca a roupa molhada no varal de arames?
Clareia tudo o que esta no escuro sombrio de sombras cinzentas,
Todo dia o sol amanhece da mesma forma, de todas manhãs refaz o mesmo caminho,
E nós fazemos a mesma coisa todos os dias?
E o dia nasce no outro dia e no outro, e no outro, e no outro,
E no outro a mesma coisa.


Quero um pouco desse infinito não infinito,
Contar os grãos de areia, as galáxias, as rochas, as moléculas de agua, o espaço do universo,
Em números infinitos, e esse pequeno universo que dizem ser grande,
Grande o bastante, pensamos, calculamos e não temos certeza?
Limitado seja o todo desse todo não calculado,
Mais de menos não saberei seu tamanho,
Entrarei nesse espaço encontrarei pedras, pedrinhas, pedronas, pedregulhos que não me dão resposta.
Morreremos sem saber!?


Calou o pássaro na árvore florida,
Tudo é tão belo no horizonte distante anoitecido,
Que já esqueço o passado do Paraíso,
Me levo voando sem caminho pra seguir,
Seguir em frente, e não olhar o passado presente,
Mudanças acontecidas, mudanças em nossas mentes essecivas preguiçosas,
Folgados no sofá olhando o tempo passar,
Na medida um segundo é muito pra falar,
Somente me sentir bem e o resto civirar,
_ O mundo é tão pequeno, que mau da para se sentar?


Quero e não quero morrer,
Tenho medo de me cobrir no escuro,
Tenho medo do vivo que morreu do morto?
Andar na rua, preparado, armado, atento,
Iremos em direção a linha reta sem virar um segundo para o lado,
Partiremos, partiremos daqui para o céu, inferno, se existir?
Deitaremos, seremos espíritos e ao mesmo tempo alma do espírito,
Eterno nossa memoria, eterna que seja longa,
Gritaremos desesperados por uma razão sem explicação?
Antes de tudo morrer antes da hora,
Surgiram outras cabeças ocas em tecnologia inútil, das gerações futuras as guerras vão recomeçar depois do amanhã de manhã?
Serás uma partida, da partida de outra final partida, partiremos embora.


Foi depois de aprender sobre o rio,
Que derramei minha lágrimas de tristeza e lembranças felizes,
Deixei as águas afundar - las no mar escuro lípidos,
Bebi da água salgada, tomei o vinho de Cristo,
Deixei a guerra para trás do acontecido,
Continuei a história do rio que havia sido poluído, rolei na grama sem vida,
E acabou tudo bem no esgoto que o mar levou.


[ Cíntia Mara da Silva ]



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