terça-feira, agosto 10, 2010


Canção Alagada

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Brisa que trás o úmido desse seco,
não sei se a vejo com o vento
vagarosamente neste tempo,
a canção sempre se perde
e eu aqui neste tempo corrente,
não me atrapalha, esse relógio que nunca para,
já corri todas as léguas do longínquo vento,
não sei se quero viver o mudo do ponteiro passar.

Sou esse sol todo, imaginante querendo o viver,
já cansei, já perdi o que sofri, já já sou pó,
e espalharei pelo jardim remoto das flores,
ai se sou essa madeira toda, também sou o pó do mudo vento,
sou o primeiro astronauta a chegar na lua,
sou poeta do inventor,
sou uma reforma agrária alagando os rios.
[ Cíntia Mara da Silva ]

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